sábado, 17 de novembro de 2012

Os Sete Saberes Necessários à Educação do Futuro


Pois é minha gente... um feriadão quase chagando ao fim e não poderia torná-lo improdutivo!!

Então mais uma resenha básica pra descontrair... ou não!! uhasuhauhsua

O Livro de hoje é do Edgar Morin, "Os sete saberes necessários à educação do futuro", um livro bem bacana que fala de algumas dificuldades e desafios que nós educadores enfrentamos em nosso dia-a dia de sala de aula, os sete saberes não estão discriminados, mas sim inseridos no contexto da resenha, se tiver sorte os encontrará!! hahaha

Se acomode na cadeira, prometo que será uma leitura rápida, e tranquila!!! Aproveitem!!!

Ao falarmos em conhecimento de uma maneira geral devemos sempre lembrar que ele é passivo de erro e ilusão. Os nossos sentidos cerebrais que estimulam, decifram e reconstroem o conhecimento. Para ajudar a aumentar a possibilidade do erro, trazemos conosco, sentimentos e emoções, sentimentos de raiva, amor, amizade, sentimentos que podem nos cegar.
A racionalidade é a melhor proteção contra o erro e a ilusão, e é nisso que a educação deve se dedicar, em diagnosticar a origem dos erros e ilusões ou cegueira, dialogando com o real, levando o raciocínio lógico ao empírico debatendo idéias.
Na educação do futuro devemos enxergar o princípio racional onde a verdade racional não deve ser vista como apenas teórica, crítica, mas também autocrítica.
O nosso conhecimento encontra seu principal obstáculo em nosso próprio meio intelectual de conhecimento, onde o mito e a ideologia podem vir a destruir os fatos.
Precisamos civilizar nossas teorias desenvolvendo uma geração crítica aberta, reflexiva e autocrítica, e apta a se auto-reformar.
São muitas as possibilidades de erros, mas é papel da educação armar cada pessoa para a permanência de sua lucidez.
Levar o conhecimento pertinente e torná-los evidentes é outro papel a ser desempenhado pela educação do futuro, pois é impossível se conhecer o todo sem estudar a fundo suas particularidades e vice-versa.
Este conhecimento então adquirido, e pertinente deve enfrentar a complexidade que é a união entre a unidade e a complexidade, e os desenvolvimentos próprios a nossa era planetária nos confrontam com os desafios de complexidade.
A aptidão natural da mente em formular e resolver problemas essenciais será possível com exercícios da curiosidade, que irá estimular ou caso esteja adormecida, de despertar. Assim para promover a inteligência geral dos indivíduos à educação do futuro deve ao mesmo tempo utilizar os conhecimentos existentes superar as antinomias e identificar a falsa racionalidade.
Enormes obstáculos somam-se para impedir o exercício do conhecimento pertinente no nosso sistema de ensino, os problemas globais e fundamentais estão ausentes das ciências disciplinares. São salvaguardas apenas na filosofia, mas deixam de ser nutridas pelas ciências.
A atrofia da disposição mental vem da incapacidade de organizar o saber disperso e compartimentado, natural de contextualizar e de globalizar.
Não se deve abandonar o conhecimento das partes pelo conhecimento da totalidade nem da análise pela síntese, porém é preciso uni-las.
Novamente para falarmos em educação do futuro deve-se ter o ensino voltado e centrado na educação humana, e situar o homem no universo em que ele vive. Deve-se contextualizar o conhecimento para que se torne pertinente para a educação do futuro.
É através da cultura e na cultura que o homem se realiza, mas não há cultura sem cérebro e cérebro sem cultura. Assim também não há sociedade humana, arcaica ou moderna sem cultura.
A educação do futuro será o exame e o estudo da complexidade humana, o que conduziria à tomada de conhecimento, e, por conseguinte de consciência da condição comum a todos os seres humanos, das culturas, da diversidade dos indivíduos sobre nosso enraizamento como cidadãos da Terra.
Compreender tanto a condição humana no mundo como a condição do mundo humano se tornou a condição da era planetária é outro ponto importante para a educação do futuro.
O mundo torna-se cada vez mais um todo cada indivíduo recebe ou consome informações e substâncias oriundas de todo o universo. Assim independente de onde vivemos cada ser humano traz em si o planeta inteiro. A mundialização é unificadora, mas é também conflituosa em sua essência. Cada vez mais o mundo está se tornando um, mas ao mesmo tempo ele tem se dividido cada veza mais.
Encontrando-se com seu passado que o homem encontra energia para enfrentar seu presente e se preparar para o futuro. Assim a educação do futuro deverá ensinar a ética da compreensão planetária.
A história humana foi e continua a ser uma aventura desconhecida, o futuro permanece aberto e imprevisível, certamente atingiremos o progresso, mas tudo ainda é incerto. O surgimento do novo não pode ser previsto se não seria novo.
Reorganizando o que foi desorganizado teremos o fruto do desvio bem sucedido da transformação do sistema onde nasceu. Assim não há evolução que não seja desorganizadora/reorganizadora em seu processo de transformação. Mas não existem apenas inovações e criações, existem também destruições onde trazem consigo novos desenvolvimentos assim os avanços da técnica da indústria.
Podemos ver com freqüência que o possível se torna impossível e podemos pressentir que as mais ricas possibilidades humanas permanecem ainda impossíveis de se realizar, assim devemos esperar pelo inesperado e trabalhar pelo improvável.
A compreensão não deve ser quantitativa, o armazenamento de informações por si só não é o objetivo crucial da educação do futuro, informações sem significação não são interessantes.
Aprender determinadas disciplinas é umas coisas, mas compreendê-la é outra, por isso educar para a compreensão humana é algo que deve ser abarcado pela educação do futuro. Compreender significa intelectualmente aprender em conjunto, e a compreensão humana vai além da explicação. A explicação é bastante para a compreensão intelectual ou objetiva das coisas anônimas a materiais. É insuficiente para a compreensão humana.
A arte de viver vem da ética da compreensão de modo desinteressado, compreender as raízes e as formas humanas, a ética da compreensão pede que se compreenda a incompreensão este modo de pensar que permite aprender um conjunto, o texto e o contexto, o ser e seu meio ambiente o local e o global, permitindo compreender igualmente as condições objetivas e subjetivas.
Se auto-analisar constantemente é necessário, pois compreender nossas falhar pode nos levar a compreender as falhas dos outros, se conseguirmos compreender que somos todos passíveis de erros e frágeis entenderemos que todos necessitam de mutua compreensão.
A única e verdadeira mundialização que estaria a serviço do gênero humano é a compreensão da solidariedade intelectual e moral da humanidade, onde as culturas devem aprender umas com as outras, onde aprender e reaprender incessantemente, o mundo necessita de compreensão, em todos os níveis educativos e em todas as idades.
Precisamos entender o homem como sendo composto de três termos indivíduo/sociedade/espécie, onde elas não são apenas inseparáveis, mas co-produtoras uma das outras, assim a ética humana deve ser considerada como a ética da cadeia de três termos, indivíduos, sociedade, espécie, esta é a base para ensinar a ética do futuro.
E é através da democracia que se favorece a relação rica e complexa indivíduo/sociedade, em que o individuo e as sociedades podem ajudar-se, desenvolver-se, regular-se e controlar-se mutuamente.
E para pensarmos na humanidade e na comunidade, supomos o desenvolvimento da relação indivíduo/sociedade em um sentido democrático, indivíduo espécie no sentido da realização da humanidade e sua permanência integrada entre indivíduo/sociedade/espécie.
Não possuímos as chaves para abrir as portas de um futuro melhor, não conhecemos o caminho traçado, mas devemos buscar a harmonização na humanização pelo acesso a cidadania terrena. Só desta maneira teremos uma educação mais comprometida e que valoriza o aluno em sua totalidade.

Edgar Morin. Os sete saberes necessário à educação do futuro. UNESCO/Cortez editora 2000, edição brasileira.



Se você chegou até aqui muito obrigado!!!

Até a Próxima!!!

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

O Ensino de Geografia e suas Linguagens


Resenhando estava eu, um livro muito interessante de um querida professora e resolvi postar aqui uma espécie de rascunho para contemplação de algum possível leitor, ou para simplesmente registrar no mundo digital algumas palavras minhas!
Este livro explicita-nos bem a importância da Geografia e as várias maneiras com que ela possa ser trabalhada!
As experiências que temos em sala de aula, nos leva a refletir sobre uma nova prática para o processo de ensino-aprendizagem. O professor como mediador desse processo deve disponibilizar diferentes oportunidades de interação em sala de aula, fazendo a diferença no uso de diferentes linguagens na aula de geografia.
O aluno também tem que perceber que um espaço não surge pronto e acabado, mas que vários elementos os formaram e esses elementos sofrem alterações com o tempo. A compreensão de tempo e espaço permite perceber melhor o processo de transformação dos lugares e os elementos que o formam.
A geografia aborda as noções de espaço, e isso pressupõe compreender o lugar como uma paisagem que ganha significado para os que vivem e a constroem.
O uso de diferentes linguagens nas aulas de geografia mobiliza uma construção do conhecimento, de forma interdisciplinar e contextualizada buscando contribuir para a complementação dos temas predispostos no elenco de conteúdos anuais, deixando claro que a geografia é uma ciência ligada à vida e, portanto, ligada ao cotidiano do aluno. O uso de linguagens já foi incorporado em manuais didáticos, mas não é desse tipo de aula que há que ser feita, aulas que levam uma reflexão problematizada.
A construção do saber geográfica é uma tarefa que exige não somente conhecimento teórico, mas despertar o interesse dos alunos em cada uma de nossas aulas. É fundamental para a sala de aula.

Citando as autoras
"Diante dos múltiplos desafios do futuro, a educação surge como um trunfo indispensável à humanidade na construção dos ideais de paz, liberdade e justiça social."
( RUDNICK, R. e SOUZA, S. Pág. 24).

Há uma necessidade de atualização dos países diante do dinamismo comercial da globalização e há países que se destacam e outros que ficam à sua periferia. Por isso que a geografia não pode ser meramente descritiva, pois nós participamos desse mundo.
A geografia atual leva em conta o mundo que vivemos e respeita o aspecto social do aluno.
A geografia escolar precisa se aproximar mais do educando, o simples repasse de dados não estimula o aluno.
O ser humano é curioso para descobrir tudo sobre os fatos que os cerca, e a geografia, abre a mente do educando e os Parâmetros Curriculares Nacionais nos esclarece muito, sobre o que os alunos, inseridos nesse contexto, deveriam ter absorvido de conhecimento.
A geografia foi guiada pelo desejo de observar mais diretamente, cada vez mais atentamente as realidades naturais.
A geografia é a ciência dos lugares e não dos homens.
A escola deve viabilizar ao aluno a aplicabilidade desses conhecimentos adquiridos, e cabe a geografia levar o educando, por meio do pensar, a ter ou formar a sua visão de mundo.
A criança segundo Piaget possui uma lógica de funcionamento mental diferente dos adultos, e baseando-se nessas diferenças diminui como desenvolvimento cognitivo, caracterizado por várias faz e etapas que são elas: a sensoriana, pré-operatória concreta, e operatória formal.
Em contrapartida Vygotsky preocupa-se em “resumir as concepções da relação entre desenvolvimento e aprendizagem em três grandes posições teóricas”.
A primeira posição pressupõe que os processos de desenvolvimento são independentes do aprendizado. A segunda posição postula que o aprendizado é desenvolvimento e por fim a terceira tenta superar os extremos das outras duas, combinando-as.
Toda aquisição de uma resposta em particular, aumenta a capacidade global.
As capacidades mentais funcionam independentemente do material com que eles operam, e o que o desenvolvimento de uma capacidade promove o desenvolvimento de outras.
Como forma de interação social a fala é utilizada na formação e organização do pensamento complexo e abstrato individual, guiando o pensamento da criança e gradativamente a mesma adquire a capacidade de se autorregular.
A vida hoje em dia é muito dinâmica e o espaço que uma pessoa ocupa hoje pode ser de outra amanhã, daí a importância do conhecimento e da compreensão do lugar que se ocupa no espaço.
O espaço geográfico é único, porém mutável. Não existe uma paisagem igual a outra pois ela está em uma constante mudança.
Com o passar dos anos o ser humano passa a perceber o espaço que ele ocupa, e consegue ter uma idéia clara de seu papel nesse espaço e tempo. No início de sua vida descobre o seu próprio corpo, essa exploração é feita por meio dos sentidos, vivendo o mundo exterior sem diferenciá-lo de si.
É função de a escola oferecer condições para que a criança saia do seu egocentrismo, diferenciando o seu mundo do mundo que o rodeia, conceituando espaço como lugar, diferenciando os tipos de espaços e relações sociais que nele desenvolvem.
A construção do conhecimento se faz por etapas, na primeira etapa a criança adquire noção do espaço por meio dos sentidos e dos movimentos que ela faz no seu dia-a-dia, posteriormente, a criança substitui uma ação ou objeto por um símbolo que pode ser uma imagem ou uma palavra, nessa época ela já sabe falar sobre os espaços, desempenhá-los e descrevê-los.
Os professores e a escola devem conhecer as etapas de construção do espaço e somente dominando-as passa a considerá-las concretamente no trabalho diário com as crianças.
Várias são as brincadeiras que estimulam o desenvolvimento das relações topológicas de forma lúdica, mas para que o aluno perceba e consiga, por meio da percepção, fazer sua representação, é importante que não só as noções espaciais tenham sido estimulada e construída, mas também estejam adequados os processos de aprendizagem e os conteúdos ensinados.
O processo de concepção do espaço pela criança faz parte do seu desenvolvimento que se inicia com o seu nascimento, e a brincadeira na fase infantil é muito importante, pois é caracterizado por seu alvo residir no próprio processo e não no resultado da ação.
Uma pesquisa foi realizada em duas escolas de realidades diferentes, uma da rede privada localizada na região central da cidade, e outra da rede pública localizada na região de periferia da cidade, denominadas: Escola A e Escola B respectivamente.
Várias atividades foram desenvolvidas considerando que quando as crianças as brincam estão se comunicando, construindo e aprendendo.
O que mais ficou claro no desenvolvimento desse trabalho foi a influencia do meio, e naturalmente do meio social em que vivem, refletindo-se de forma marcante nas concepções infantis com o desenvolvimento do aluno, percebemos que o meio (espaço) exerce importante papel na continuidade da alfabetização cartográfica do aluno ao longo de sua vida.
A construção da noção de espaço pelo aluno requer uma longa preparação e se realiza por meio da liberação progressiva e gradual do egocentrismo. E dessa forma o trabalho com o mapa pode se tornar mais significativo para o aluno e menos trabalhoso para o professor.
O ponto de partida para o estudo para professores do ensino fundamental, séries iniciais e finais deve ser os conceitos espaciais e suas representações.
A própria criança adquire a percepção de espaço, de acordo com as peculiaridades de cada criança.
O professor deve ser um agente motivador do desenvolvimento do potencial dos seus educandos e os mesmos crescerão desenvolvendo uma visão de mundo mais crítica, tornando-se um agente no processo de produção do conhecimento.
O professor em seu momento de atuação deve ser ousado ao usar materiais e métodos diferenciados no processo de ensino aprendizagem.
A geografia passou de meramente descritiva a uma geografia que assume uma tendência em viabilizar abordagens históricas e geográficas integradas em relação ao espaço em estudo na sala de aula.
O objeto de estudo da geografia vai desde o que está mais próximo de nós à aspectos mais longínquos, ou seja, trabalha do local ao global, podendo passar por todos os espaços inseridos nesse contexto de forma interdependente.
Os professores devem estar mais comprometidos com os problemas e dificuldades atuais, acompanhar os fatos, com criticidade, propriedade e autonomia, contextualizando-os, analisando-os e discutindo-os com base nos parâmetros mundiais, e pelo desenvolvimento de novas propostas pedagógicas.
A prática de sala de aula nos proporciona momentos únicos e o planejamento das atividades dá estrutura para as aulas.
Trabalhando com diferentes linguagens as autoras deixam bem claro os objetivos a serem alcançados com cada atividade ou linguagem utilizada, inclusive destacam que vários tipos de jogos, envolvendo conteúdos escolares, podem aproximar os trabalhos pedagógicos e não devem ser uma competição mas um estímulo para aprender.
Trabalhar com jornais e outros materiais periódicos em geografia além de possibilitar o enriquecimento e a atualização do conteúdo escolar, transformando as informações em um elo que liga a sala de aula à dinâmica da realidade social.
O ato de estudar o lugar e localização permite ao educando perceber que a localização é absoluta, porém a orientação é relativa e o estudo do trânsito que foi um dos temas abordados pelas autoras auxilia no estudo do espaço geográfico, pois o ir e vir das pessoas pelos espaços de convivência exige que se faça uma leitura do espaço.



Referência: RUDNICK, R. E SOUZA, S., O Ensino de Geografia e suas Linguagens

sexta-feira, 29 de julho de 2011

História do Paraná!

WACHOWICZ, Ruy Christovam. História do Paraná. 5. ed. Curitiba: Ed. Graf. Vicentina, 1988. 275 p



O livro está estruturado em 21capítulos;

a)O Indígena Paranaense

Os índios sul americanos são divididos em quatro grandes grupos devido a sua cultura, os índios Paranaenses pertenciam a duas destas culturas, a tropical onde encontramos os índios tupi-guarani e a Marginal onde estavam inseridos os índios Gê.
Os índios tupi-guarani eram mais adiantados que os Gê, e nos influenciam até hoje, muito de sua cultura, vocabulário e alimentação permanecem em nossos costumes.

b)As reduções indu-cristãs no Guairá

Os colonizadores espanhóis começaram a ocupar o território paranaense na segunda metade do século XVI, quando o governador do Paraguai, Irala, resolveu fundar vilas na região do Guairá, estas vilas foram denominadas Província de Vera ou do Guairá. Os espanhóis designavam a pessoas de posses para conquistarem terras dos índios, catequizá-los e iniciá-los em algum oficio para que depois pagassem aos espanhóis uma taxa por esses serviços, elevando os índios a categoria de escravos. Guairá foi a primeira região a receber uma redução jesuítica para catequizar-se de maneira mais eficiente os índios.

c)Povoamento no litoral

Em 1534, D. João III dividiu o Brasil em Capitanias Hereditárias, o Paraná ficou dividido em quatro capitanias, Martin Afonso e Pero Lopes eram os donos, mas ambos desde a expedição de 1530 nunca mais retornaram.
O primeiro proprietário de terras do Aldo português, em território paranaense foi Diogo de Unhate, ficava sua sesmaria entre os rios Ararapira e Superagui. Os homens que antecederam na região eram mineradores que procuravam minas de ouro e prata, e conseqüentemente na se fixavam, porem a penetração dos portugueses na baía de Paranaguá foi retardado por causa da guerra que surgiu entre os portugueses e espanhóis. Com a descoberta do ouro muitos habitantes de Cananéia, São Vicente, Santos, São Paulo e até o rio de Janeiro, vieram para Paranaguá.
Cidades como Antonina e Morretes foram faiscadores de ouro. Morretes tornou-se uma via comercial por causa do rio Nhundiaquara. Os tropeiros que desciam de Curitiba para o Litoral começaram a fazer suas compras no porto de Três Morretes tornando-se desnecessário deslocarem-se até Paranaguá.

d)O Primeiro Ouro do Brasil
Portugal tinha um imenso desejo de encontrar ouro em sua colônia, mas as quantidades encontradas eram razoáveis. Mas com a descoberta de ouro em Cananéia, Iguape, Vale do Rio Ribeira inicia-se a fase de mineração no Paraná e no Brasil.
Em 1735 com a decadência do ouro as autoridades portuguesas recorreram a outro tipo de imposto a “captação”, para manter suas arrecadações. Foi a época que mais se arrecadou impostos, porém a população passou muita dificuldade.

e) As Origens de Curitiba

Em meados do século XVII no primeiro planalto haviam somente garimpeiros instalados sem nenhuma construção de pedra. Segundo Wachovicz conta uma tradição que, Soares do Valle, desentendeu com o governador de sua capitania em São Paulo e teve que fugir, acabou saindo nos Campos Gerais, escreveu uma carta ao seu sogro pedindo que trouxesse sua mulher e filhos, e isso de fato aconteceu, instalaram-se com uma pequena população as margens do riacho Atuba, por ser um lugar úmido pediram para que o Cacique da região indicasse um lugar melhor, o mesmo indicou, fincando uma vara no chão e nomeando de “Core-etuba”, “muito pinhão”, dessa expressão surgiria o nome da futura capital paranaense, e diz-se que vem daí a harmonia paranaense entre brancos e índios.

f) Ocupação dos Campos Gerais

A ocupação dos campos gerais foi vista como um negócio a ser explorado e dar lucro. A iniciativa de ocupação foi de Bandeirantes Paulistas, pertencentes a famílias importantes.
Para se obter uma propriedade nessa região, escolhia um de seus homens com alguns escravos, soltavam umas cabeça de gado e anos depois requeriam o direito a posse das terras a “El Rei” e solicitava a concessão da sesmaria, porém muitos nem moravam nas terras.

g) Ocupação dos Campos de Guarapuava

Com o Tratado de Madrid, a fronteira recuou da Linha de Tordesilhas até o rio Paraná. Porém em 1761, em virtude de contingências européias, Portugal e Espanha entraram em guerra, anulando o tratado de limites.
Havia interesse espanhol no litoral paranaense o que leva a construção de um forte na ilha do mal, porém sem muita colaboração parnanguara, pois com a decadência da mineração alegavam que seus moradores encontravam-se na miséria.
Afonso Botelho foi quem organizou diversas Bandeiras para conquistar terras castelhanas, em uma de suas expedições foi emboscado pelos índios até então amigos e pacíficos, para preservar a vida de seus comandantes preferiu-se recuar, e a conquista dessas terras foi deixada de lado durante 40 anos, até que com a vinda da família real portuguesa, o príncipe D. João, decide ocupar definitivamente os Campos Gerais e autoriza a concessão de sesmarias nos sertões paranaenses e a caça a escravidão de índios.
Franco e Horta conseguiu junto a Corte a criação de uma “Junta da Real Expedição e conquista de Guarapuava”, financiada por um novo imposto lançado no registro de Sorocaba, sobre o gado que transitasse sobre o caminho do Viamão.

h) Os Caminhos e o Tropeirismo

Em território atualmente paranaense, os primeiros caminhos terrestres tiveram sua origem com os indígenas. Depois de usados largamente pelos bandeirantes em suas caminhadas, transformaram-se com o decorrer do tempo em caminhos de tropas, pelo menos em largos trechos.
Vários foram os caminhos criados na época, bem como a estrada da graciosa que ligava Curitiba a Antonina; o caminho do Itupava que trata-se da travessia da escarpa desde Curitiba.
Os tropeiros eram pessoas de posses em sua maioria Barões muito importantes, desempenhavam por conta própria a atividade de correio, trazendo as notícias dos últimos acontecimentos aos vilarejos por onde passavam.
Apesar de lento o burro era utilizado para transporte pois são mais resistente à longas caminhadas e para suportar peso. Esse foi o transporte mais adequado para a época, pois não haviam estradas, o território era muito vasto e com inúmeras escarpas, rios e outros obstáculos, dificultando a passagem de qualquer transporte.
Muitos eram as inconveniências ocorridas por esse tipo de transporte bem como a fuga de animais acarretando em prejuízo para o dono, muito despesa para pouco lucro com cada animal pois alguns não conseguem transportar um grande volume de carga.

i) Emancipação política do Paraná

Em 1811, a comarca de Paranaguá foi a primeira a enviar ao príncipe D. João uma representação nesse sentido, onde Pedro Joaquim Correia de Sá mais adiante vê fracassada sua missão, mas de qualquer forma este foi em prol da emancipação da Comarca.
A “Conjura Separatista” foi uma nova tentativa de emancipação da Comarca em 1821, onde o Capitão Bento Viana colocou vários argumentos em prol da emancipação da Comarca, no dia 15 de julho de 1821 foi solicitado a nomeação de governador provisório, que governasse separadamente de São Paulo, porém o juiz não aceitou. Nada portanto foi conquistado com a “Conjura Separatista”.
Um importante tropeiro foi Paula Gomes, que empenhou-se na campanha de emancipação da 5ª Comarca de São Paulo, gastou parte de sua fortuna nesta atividade política, quando a emancipação veio em 1853 ele viu concretizado seu sonho: o Paraná tornou-se a mais jovem província do Império, e prosseguiu em sua vida de tropeiro.

j) Evolução da Província do Paraná

O período provincial no Paraná durou 36 anos , desde de 1853 até 1889, tiveram 41 presidentes da província caracterizando a instabilidade desses governos.
O período provincial pode ser dividido em dois períodos o primeiro de 1853 até a guerra do Paraguai e o segundo do término desta guerra até 1889, e é no segundo período que o Paraná consegue um aumento de sua autonomia.
Zacarias de Goes e Vasconcelos, foi o primeiro presidente da província, homem de visão foi quem conseguiu a confirmação da cidade de Curitiba como capital do Paraná.
Um importante fator de desenvolvimento da província foi a exportação da Erva-Mate, inicialmente considerada como “erva do diabo”, pelos jesuítas das reduções do Guairá, por que os índios atribuíram-lhe poderes de descontrole das emoções, após torna-se no esteio do Paraná até a década de 1920.

k) O Regime Democrata

Desde o início da exploração de cana-de-açúcar em solo brasileiro que se faz necessário mão-de-obra, inicialmente tentou-se utilizar a mão-de-obra indígena mas devido ao sedentarismo e impedimento dos jesuítas, tornou-se inviável essa utilização necessitando a utilização do escravo africano, mesmo ele sendo de mais difícil acesso e elevado custo.
Muitos foram os escravos que vieram para o Brasil indo principalmente para o Nordeste e na exploração das Minas Gerais, constituindo a maioria da população brasileira negra.
No Paraná porém, no século XVII o trabalho escravo existente baseava-se sobretudo no índio e também trabalhadores livres que não são empregados mas como membros de famílias numerosas ou pequenos posseiros, grande parte dos trabalhadores paranaenses eram escravos negros, mas não maciçamente como ocorreu no Nordeste.
O movimento abolicionista no Brasil começou após a guerra do Paraguai, e o Paraná ofereceu apoio a esta causa e assim em Paranaguá a “Sociedade Redenção Paranaguaense” e em Curitiba a sociedade “Ultimatum”, faziam até compras de negros para libertá-los, desta forma aos poucos, diminuía a porcentagem de escravos na Província do Paraná, até a abolição definitiva, a 13 de maio de 1888.
Com as leis restritivas à entrada de africanos muitos foram os europeus a virem para o Brasil tornando o país predominantemente branco.

l) Imigração

Em meados do século XIX o território Paranaense era mal povoado, até mesmo próximo à Curitiba.
Com a dificuldade em se conseguir escravos negros, era necessário substituir essa mão de obra, com vantagens. Para o Brasil não se tornar um país essencialmente negro o governo imperial acelera a imigração européia para o país.
A primeira iniciativa de se trazer imigrantes ao Paraná foi em 1829, com João da Silva Machado, que tinha a intenção de que com a atividade agrícola realizada pelos 238 alemães, que ali chegaram afugentassem o indígena Xokleng mais para a mata, diminuindo o ataque aos tropas do futuro Barão sofriam na região. Em 1833, uma nova leva de Alemães, em número de 100, para lá foi dirigida.
Em 1852, nas vésperas da emancipação política do Paraná, Carlos Perret Gentil, sem auxílio o suíço fundou na entrada da Baía de Paranaguá uma colônia com 35 imigrantes suíços e alemães , por causa de sua localização, o mar era seu único acesso, apesar de seu progresso inicial, a colônia não prosperou mas também não desapareceu completamente e hoje constituiu o município de Guaraqueçaba.
O Assungui foi uma colônia criada para o Paraná se igualar economicamente a Santa Catarina porém problemas de infra-estrutura fizeram com que essa colônia entrasse numa grande crise, Lamenha Lins assume o governo do paraná em 1875 e tem como sua principal meta de administração o problema imigratório da província, uma de suas principais medidas foi estabelecer os imigrantes próximos a Curitiba e com isso a mesma não sofreu mais crises de abastecimentos.
Em 1876 a possibilidade de receber 20000 imigrantes russos, Lamenha Lins já não estava mais no poder e suas teorias sobre a colonização já haviam sido deixada aos russos e já na primeira colheita percebeu-se que as terras eram impróprias e em levas dirigiam-se a pé a Paranaguá para abandonar o Brasil.
Em 1885 o então presidente Aufredo Taunay elogiou a política exercida por Lamenha Lins de 1875-75 e seu sucesso no abastecimento de Curitiba, em conseqüência estimulou o retorno da imigração polonesa ao Paraná.
Em 1907 com as “novas colônias federais” terras mais afastadas praticamente no centro do Estado foram atingidas, e o elemento humano nestas colônias foi o polonês, ucraniano e alemão. Após a primeira guerra mundial dentre as várias correntes migratórias dirigidas ao Paraná, nota-se o predomínio japonês, localizando-se principalmente no Norte do Paraná.
Nos campos gerais localizaram-se inicialmente os holandeses, em Palmeira a partir de 1951 localizaram-se os alemães menonitas e os Campos de Guarapuava também se fixaram um grupo de alemães refugiados da região do Danúbio.
Devido a tanta entrada de imigrantes europeus, a região sul do Brasil é uma região com características mais européias do que o Rio de Janeiro, Minas Gerais ou o Nordeste.

m)

Os ideais republicanos só tomaram força em 1988 com Vicente Machado, que queria decentralizar o poder às províncias.
O povo paranaense ficou alheio a discussões e aceitou a república sem se manifestar.
Os dois maiores partidos existentes no Império eram o liberal e o conservador, tiveram que se adaptar às novas circunstâncias.
Após 1892 rixas políticas deram início a mais bárbara das revoluções brasileira, insangüentando por um longo tempo vários estado do Brasil, ambos os grupos beligerantes receberam apelidos, os florianistas eram os “pica-paus” por causa do tipo de suas armas e os federalistas eram os “maragatos”, que significa “pessoas desqualificadas”.
Vários foram os confrontos entre esses grupos, houve a tomada de Paranaguá e Tijucas e o cerco a Lapa.
Após boatos verídicos da vitória dos federalistas entre a população de Curitiba o governador do Paraná Dr. Vicente Machado muda a capital do Paraná para Castro, sem segurança alguma Curitiba foi invadida pelos Maragatos os quais exigiam “impostos” para livra-los de saques.
Enquanto os maragatos conquistavam o Paraná, o Marechal Floriano Peixoto, organizava tropas em São Paulo para contra ataca-los, após alguns conflitos, os maragatos, temerosos de um ataque mais incisivo evacuaram as cidades de Paranaguá, Lapa e Curitiba, pois havia uma aproximação violenta dos florianista. Estes confrontos marcaram história principalmente pela crueldade com que aconteceram.

n) Ocupação dos Campos de Palmas e do Sudeste

Ocupados os Campos de Guarapuava surge a notícia que a região do Sudeste existiam outros campos propícios à pecuária.
No final do século XIX e primeiras décadas do século XX, o único meio de transporte do sudeste era o muar, e por ser de mais fácil acesso, os viajantes preferiam levar erva-mate para a Argentina, pois era basicamente descida, com isso os argentinos passaram a adquirir extensos territórios na região de fronteira.
O sistema de aquisição de terras que vigorava no sudeste no início do século XX era o de posse, os herdeiros de terras davam cartas de desistência de suas terras aos seus compradores, a terra era muito barata, não valia quase nada, eram trocadas por um cavalo, um boi gordo, uma espingarda, um pelego, etc.

o) Contestado: Brasil X Argentina
O Tratado de Santo Ildefonso, que definiu as fronteiras portuguesas e espanholas no Brasil em 1777. Por esse tratado ficou definido como pontos fixos e definitivos na fronteira, os rio Uruguai, o rio Paraná e um trecho do Iguaçu, porém nunca foram demarcadas com pedras para se saber exatamente onde eram essas fronteiras. Anos mais tarde a Argentina tentou ampliar o território contestado afirmando que o rio Chopim era na verdade o rio Jangada. Mas esse expediente não deu certo.
Precavendo um possível ataque argentino o Brasil instala próximo a área de conflito duas colonias agro-militares. Enquanto os brasileiros estudavam os planos de defesa da região os argentinos penetravam no Uruguai para extrair a erva-mate, muito abundante na região.
Em 1881, boatos de um possível ataque argentino provocou uma total debandada das populações das fazendas de Palmas.
Nessa época qualquer atividade de um dos lados era vista como suspeita pelo outro.
O primeiro governo republicano, chefiado pelo Marechal Deodoro da Fonseca, ainda instável, concordou que o território contestado fosse dividido meio a meio, isso foi comemorado na Argentina como uma autêntica vitória deles. Mas o Congresso Nacional Brasileiro rejeitou a divisão do território por 142 votos contra apenas 5.
Rejeitada a possibilidade de divisão do território contestado, voltou a vigorar o arbitramento.
O árbitro instaurado na época foi o presidente norte- americano Grover S. Cleveland que decidiu o Brasil como vencedor da região contestada.

p) Contestado: Paraná X Sta Catarina

Com a construção da ferrovia São Paulo-Rio Grande do Sul, que passava em pleno território contestado entre Paraná e Sta Catarina, as terras da região começaram a ficar valorizadas, e então em 1901, Santa Catarina entrou no Supremo Tribunal reivindicando todo o território Contestado como sendo seu. Colocou o Paraná no banco dos réus. A decisão do supremo ocorreu em 1904 dando ganho de causa ao estado de Sta Catarina, porém essas decisões não foram executadas de imediato, inflamando os ânimos de cidadãos de ambos os lados.
As lideranças do território entregue a Sta Catarina, negavam-se em aceitar a administração catarinense, chegaram a criar uma nova unidade da federação provisória, denominada “ Missões” com bandeira e tudo, o Paraná deu apoio a essa UF visando recuperar suas terras, Sta Catarina vendo que poderia ficar com um território reduzido faz um acordo com o Paraná, com isso as cidades de Palmas e Clevelândia voltam ao poder paranaense.
A região do contestado ficou abandonada, uma transformação era muito desejada, uma dessas transformações foi a construção da ferrovia que ligava São Paulo a Rio Grande do Sul, porém o país não tinha dinheiro para concluir a obra, passando a concessão a uma empresa norte-americana a “Brazil Railway Company”, em troca o pagamento seria 8 Km de cada margem da ferrovia. Como a região a ser concluída ficava na região do contestado muitos caboclos ali moravam, a empresa então decidiu “limpar” a área expulsando os caboclos de suas terras. Indignados com a situação que se encontravam os sertanejos almejavam um líder que os tirasse dessa situação e, eis que surgiu Miguel Lucena, que se intitulava o “monge” José Maria. Foram três os monges no Paraná, o primeiro já citado acima, o segundo foi Anaitás Marcaf o terceiro foi Miguel Lucena.

q) O Progresso do Estado

No início do regime republicano, já era o café o esteio da economia brasileira, a manufatura também ganhava espaço.
Inicialmente o pinho era utilizado somente pelos moradores do paraná, posteriormente ele passou a ser exportado, ultrapassou em importância a erva-mate.
Uma das maiores realizações feitas no período republicano foi a crianção da mais antiga Universidade brasileira. Influenciando e formando importantes dirigentes, atraindo pessoas de cidades vizinhas. Em 1950 a Universidade do Paraná foi federalizada.
Muitos eram os descontentes no estado do Paraná nesta época, mesmo com seu progresso notável, não existiam leis trabalhistas, a jornada de trabalho chegava a 14 horas por dia, inclusive sábado e domingos, e as mulheres mesmo exercendo a mesma função que os homens recebiam um salário inferior ao deles. Foi no ambiente conturbado que Getúlio Dornelles Vargas foi eleito presidente da República. No Paraná em 1932, o interventor Manoel Ribas assume o governo, onde ficou por 13 anos, sendo muito popular por seu modo prático de governar.

r) Oeste paranaense

Segundo o livro, o oeste do paraná está compreendido entre os Rios Guarani, Iguaçu, Paraná e Piquiri.
Vários eram as “obrages”, espécie de minifúndios para extração, em 1930, a população desses obrages ultrapassava 10000 habitantes, sendo a erva-mate o principal produto de exploração. Nesse mesmo período o mate entra em decadência e começa-se a exploração de madeira.
A falta de população brasileira no oeste ocasionava o predomínio da população Guarani e argentina, a própria língua falada era o espanhol, e o dinheiro que circulava era o peso, moeda argentina. Foi então que o atual interventor, Mário Tourinho, toma medidas para a nacionalização do oeste.

s) Norte Pioneiro

Vários foram as tentativas de ocupação do Norte Velho ou Norte Pioneiro, pois era preciso encontrar um caminho que ligasse o litoral ao Mato Grosso.
Várias foram as cidades abertas para a passagem desse caminho, bem como a colônia do Jataí, aldeamento de São Pedro de Alcântara e de São Jerônimo, povoamento do Valuto, Água de Prata, atual Jacarezinho, Boi Pintado, entre outras.
Ainda na época imperial da província do Paraná, interessava-se em ligar o litoral e a capital com esses novos grupos populacionais no Norte Pioneiro, para isso rodovias e ferrovias foram planejadas mas por falta de dinheiro não passaram de planos, porém são paulo já estava construindo a rodovia São Paulo- Rio Grande do Sul, ligando o Norte Pioneiro basicamente somente à Sorocaba em São Paulo. O café do Norte Pioneiro era raridade na capital. Enquanto isso muitas obras eram feitas para ligar o Norte do paraná com São Paulo. Com a criação em 1920 de uma estrada de ferro que foi denominada São Paulo- Paraná inaugurou-se uma nova etapa na história da colonização no Setentrião (norte) paranaense.

t) Norte Novo e Novíssimo

Lord Lovat, inglês influente, descobre a grande fertilidade das terras roxas da região de Cambará, e adquire terras em São Paulo e no Norte do Paraná, a fim de produzir algodão, fundaram as empresas “ Brazil Plantations'' E A “ Companhia de Terras Norte do Paraná, essa companhia teve a incumbência de continuar vendendo, em regime de pequenas propriedades agrícolas, todas as terras adquiridas de particulares e do Estado do paraná. Foi tão grande a movimentação de compra de terras, que em apenas um determinado ano a companhia chegou a vender 60000 alqueires.
Os ingleses colocaram a venda a companhia em 1944, foi adquirida por um grupo paulista levando agora o nome de “Companhia melhoramentos Norte do Paraná”. Foram cidades formadas por essas duas companhias: Londrina, Cambé, Rolândia, Arapongas, Mandaguari, Apucarana, Jandaia do Sul, Maringá, Cianorte, Umuarama, entre várias outras.

u) Os 3 Paranás

Na década de 1960 o Paraná pode ser considerado territorialmente ocupado. No Paraná Tradicional no século XVII o ouro foi escasso, sobraram dessa fase de ocupação núcleos populacionais esparsos, no litoral e no Planalto de Curitiba.
No final do século XVIII e parte do XIX os Campos Gerais detinham a hegemonia. Foi na sociedade campeira que aprimorou-se a pronúncia do centro-sul.
O Norte do Paraná o teve início de sua colonização na década de 1840, muitos venderam suas terras em Minas Gerais e vieram povoar a região entre Itararé e Rio das Cinzas.
Na década de 1950, uma nova frente pioneira penetrou em território paranaense, ocupando a maior parte do sudeste e parte do oeste paranaense.
A próxima etapa no desenvolvimento histórico-cultural do Estado é concluir a obra de integração das partes que formaram o Paraná num todo mais homogêneo.


Resenha do livro totalmente feita por mim!

Se vc chegou a ler até aqui em baixo muito obrigado!!

Um forte abraço!

Att Juliana Ferreira

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Tropeirismo!

Mudando um pouco o foco do blag, resolvi colocar um artigo meu sobre o Tropeirismo, quer saber um pouco mais de história, leia aí! Beijos!!


Ao se fazer breves pesquisas podemos constatar que a palavra "tropeiro" deriva de tropa, numa referência ao conjunto de homens que transportavam gado e mercadoria no Brasil colônia. O termo tem sido usado para designar principalmente o transporte de gado da região do Rio Grande do Sul até os mercados de Minas Gerais.
Do cruzamento entre o burro e a égua nasceram as mulas. E sitando Endrigo Coelho “Da união entre as mulas e o homem, surgiu o tropeirismo, que deu suporte para a economia aurífera até o desenvolvimento das estradas de ferro”.

Apesar de estar muito ligada ao transporte e venda de gado, de uma região para outra, algumas referências nos mostram que esse ciclo se deu devido a descoberta de ouro e diamantes, foram responsáveis por um grande afluxo populacional para a região das minas gerais, tanto de paulistas, como de portugueses e ainda de escravos. O crescimento das cidades e a formação de uma elite na região mineradora aumentaram a necessidade de animais, tanto para as atividades locais, como para o transporte de carga, cada vez maior, em direção ao Rio de Janeiro. É aí que entra o tropeiro: espécie de caminhoneiro sem motor, transportava mercadorias e alimentos para a região das minas, onde a agricultura e a criação de gado haviam sido proibidas pela Coroa para não dispersar a mão-de-obra do ouro. Ao mesmo tempo a riqueza gerada pela mineração foi responsável por estimular uma série se atividades paralelas, urbanas, reforçando ainda mais a atividade dos tropeiros, que transportavam os mais variados produtos e ainda cumpriam o papel de mensageiros.
Os tropeiros passavam por quatro importantes estados brasileiros, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo, respectivamente aqui trataremos desses estados, sem impor ordem de importância mas sim destacaremos suas principais cidades e histórias.
Segundo a Revista Cidades do Brasil, “[...]com a descoberta das grandes vacarias administradas pelos Padres Jesuítas e os índios missionários, que existiam não só no Rio Grande do Sul como também na Argentina e Paraguai, abriu-se um caminho que ficou conhecido como “Caminho do Viamão” que ligava a então Vila da Sorocaba (SP) até Viamão (RS).
Em Viamão realizava-se a grande feira de gado e mulas que deveriam prestar serviços na região das Minas. falaremos sobre Cruz Alta, a qual tornou-se ponto de invernada e um grande pouso para milhares de tropeiros oriundos das fronteiras com a Argentina e Uruguai, que se dirigiam até a Feira de Sorocaba para comercialização dos animais [...].”
Outro ponto muito conhecido devido a rota dos tropeiros era cruz alta, o local consolidou-se ainda no final do século XVIII como Pouso dos Tropeiros e muitos passaram a residir nas proximidades, até que, no início do século XIX depois de uma tentativa sem sucesso, mudaram-se então mais para o norte estabelecendo-se onde hoje está a cidade de Cruz Alta, cuja fundação deu-se no dia 18 de agosto de 1821 em resposta à uma petição feita pelos moradores. A boa água das vertentes do Arroio Panelinha que abasteciam os viajantes pelas mãos das nativas do lugar, deu origem à Lenda da Panelinha, que prega o retorno à Cruz Alta daqueles que em suas águas saciarem a sede.
No estado de Santa Catarina, no caminho tropeiro destacaremos as cidades de Lages e Lagunas, que embora pelo menos uma vez por ano fica encoberta de gelo por causa de suas baixas temperaturas foi uma importante cidade da rota dos tropeiros, ainda hoje guarda lembranças históricas de seus antepassados, bem como fatos curiosos da História de Tubarão, que queria casar-se dentro dos preceitos católicos, e apesar de residir em Laguna teve que ir até Lages pois era a cidade mais próxima que existia uma capela, e assim pode casar-se e ali posteriormente batizar seus filhos.
O terceiro estado na rota dos tropeiros é o Paraná, segundo Pericles Dargel, “a Rota dos Tropeiros, no Paraná, é composta por 16 municípios - Rio Negro, Campo do Tenente, Lapa, Porto Amazonas, Balsa Nova, Campo Largo, Palmeira, Ponta Grossa, Carambeí, Castro, Tibagi, Telêmaco Borba, Piraí do Sul, Arapoti, Jaguariaíva e Sengés. Os municípios têm em comum a cultura deixada pelo tropeirismo e oferecem [..] a oportunidade de conhecer belas paisagens, gastronomia regional, história e cultura riquíssimas, artesanato diferenciado, lugares pitorescos[...].
Os Campos Gerais sempre tiveram dois pontos relevantes no Turismo do Paraná: Vila Velha e o Canyon Guartelá. E com a rota a história dos tropeiros agrega valores à beleza cênica natural dos Campos Gerais.
Ponta Grossa é a maior cidade da rota, sua história se origina no tropeirismo e nas grandes fazendas de criação de animais. Entre os principais atrativos destaca-se o Parque Estadual de Vila Velha[...].
[...]Segundo historiadores, ao tratar das origens do povoamento de Ponta Grossa, até os fins do século XVII os Campos Gerais se apresentavam despovoados e serviam exclusivamente como ponto de passagem para os viajantes curitibanos que se dirigiam a São Paulo. Apesar de ser uma região de boas pastagens, não havia quem consumisse o gado ali criado [...]”
Outra cidade paranaense importante nessa trajetória tropeira é a cidade da Lapa, que segundo o site “caminhos do Paraná” foi “fundada em 1731, que teve origem devido o caminho do Viamão (RS)–Sorocaba(SP), quando passavam por ali os tropeiros que faziam seu pouso às margens da Estrada da Mata […]. De Freguesia à Vila, Lapa foi elevada a categoria de cidade em 1872 […]. Possui em seu centro histórico um conjunto arquitetônico com edificações do século XVIII, XIX e início do século XX, o qual é tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.”
Possui inúmeros monumentos históricos, entre eles:
“[...]O Monumento ao Tropeiro, que é a porta de entrada do município da Lapa e foi feito em homenagem aos tropeiros que iam de Viamão à Sorocaba. O painel foi criado pelo artista paranaense Poty Lazzaroto; A casa Vermelha a mais antiga residência da cidade, foi construída em 1868 e atualmente abriga o acervo do Museu do Tropeiro e também o artesanato do Clube de Mães e das famílias, como esculturas de madeira, pinturas, peças de artesanato, e peças de tapeçaria e a avenida Manoel Pedro, antigo caminho feito pelas tropas que saiam de Viamão em direção a Sorocaba […].”
E por último o estado de São Paulo, destino final dos tropeiros, mencionarei muito quando falar do estado de São Paulo o Professor Claudio Barbosa Recco, pois segundo ele “[...]os tropeiros eram partes da vida da zona rural e cidades pequenas dentro do sul do Brasil. Vestidos como gaúchos com chapéus, ponchos, e botas, os tropeiros dirigiram rebanhos de gado e levaram bens por esta região para São Paulo, comercializados na feira de Sorocaba. De São Paulo, os animais e mercadorias foram para os estados de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. Em direção às minas, o transporte feito no lombo de animais foi fundamental devido aos acidentes geográficos da região, que dificultavam o transporte. Já para as regiões de Goiás e Mato Grosso, a maioria dos produtos eram transportados através dos rios, nas chamadas monções[...]”.
Deve-se e muito aos tropeiros a criação de várias cidades e estradas que ficaram famosas por causa do trajeto por eles traçado durante os anos, criando a Rota dos Tropeiros.
No estado de são Paulo destacarei algumas cidades importantes na rota dos tropeiros. Citando novamente Recco [...]Uma das estradas mais citadas na rota dos tropeiros é a que D. Pedro I também passou em viagem entre Rio e São Paulo, no ano de 1822. “[..] A história do Brasil, e principalmente dos brasileiros, está presente em cada curva . No seu trajeto, principalmente entre Silveiras e Bananal, surgiram cidades que hoje conservam sua majestade, nas construções históricas e atrações naturais. A aparente decadência dessas cidades revela, na verdade, os ciclos da vida, e as cidades dos Tropeiros, situadas estrategicamente, em média, a quatro léguas (24km), e estão ressurgindo através do tropeirismo contemporâneo: o turismo.”
Outra cidade também famosa na rota dos tropeiros é Dutra, Sede da Fundação Nacional do Tropeirismo, que hoje ensina a história desse movimento nas escolas do município. Por ali passavam as tropas que viajavam entre Rio e São Paulo e as que vinham de Minas Gerais em direção á Parati e vice-versa.
Cidades foram sendo criadas por acaso pois quando famílias na época influentes e numerosas como a família Rego Barbosa, Rego da Silveira, Antônio da Silveira Guimarães, Bueno da Cunha, Silveiras chegaram na região, se instalaram por uma determinada região e deram os primeiros passos para ser uma cidade, os Silveiras acabaram dando nome ao lugar, pois os viajantes dirigiam-se para as bandas dos Silveiras. Mas somente se tornou cidade em 1864. No Ciclo do Café teve seu auge, chegando a registrar 27.000 habitantes. Perdeu sua importância pelas estradas. Primeiro com a Estrada de Ferro, que passou por outro trajeto, depois com a criação da Dutra, perdeu o movimento dos viajantes entre as duas metrópoles. Hoje, Silveiras tem pouco mais de 5.000 habitantes.
A Fundação Nacional do Tropeirismo, instalada num casarão do século passado, resgata a história do movimento e oferece um simplório restaurante, com saborosa comida tropeira, No mesmo prédio funciona uma pousada. O responsável pelo Centro de Tradições Tropeiras,Ocílio Ferraz, segundo Recco, esclarece que a gastronomia tem sido uma das melhores maneiras de divulgar a importância do Tropeirismo no Brasil.
Recco também diz que “os tropeiros que pousavam na região, no final do século XVII, principalmente em viagem rumo ao Porto de Mambucaba, próximo de Parati, foram o ponto de partida para o surgimento de Areias outra importante cidade da rota dos tropeiros onde D Pedro II, segundo historiadores, repousava, no século XIX, chegou a ser uma das cidades mais ricas do Estado de São Paulo. Inicialmente, chamou-se Freguesia de Sant’Ana da Paraíba Nova. Depois, em 1801 ganhou a denominação de Distrito da Paz. Em 1816, D João VI criou a única vila no estado, denominada de São Miguel das Areias, em homenagem a seu filho D. Miguel.
O café trouxe mais prosperidade à região. Fazendas suntuosas foram construídas e os Barões do Café vinham passar os fins de semana na cidade.
Durante a Revolução de 1842 perdeu suas garantias constitucionais e foi anexada ao Estado do Rio de Janeiro, por um ano. Em 1857 ganhou o título de cidade.
O casario colonial da cidade revela sua pujança no século XIX. Os barões do Café de Areias foram os primeiros a trazer professores estrangeiros para educar seus filhos. A postura aristocrática deixou raízes no comportamento dos habitantes, vistos pelos vizinhos como um pouco esnobes. […]
Um prédio histórico e importante para a cidade é “A Casa de Cultura”, construída em 1825 guarda precioso acervo da cidade , inclusive de moradores ilustres como seu Promotor Monteiro Lobato. Próximo do prédio está a Velha Figueira, cujos primeiros registros datam de 1748. No local, uma placa de 1822 atesta a passagem de D. Pedro I quando declarou nossa independência. Hoje, Areias tem cerca de 4.000 habitantes, mas conserva a majestade de seus tempo áureos.”
Uma Cidade considerada de difícil passagem para os tropeiros é São José do Barreiro. Segundo Recco “O nome Barreiro revela um atoleiro que exigia muito esforço dos tropeiros nos dias de chuva. Já São José é fruto da devoção do Coronel José Ferreira de Souza e do alferes José dos Santos, que ergueram, em 1833 uma Capela dedicada ao santo.
Parentes e amigos dos fundadores passaram a construir residências próximas do local, dando início a cidade, que foi elevado à condição de Freguesia em 1859 e a cidade em 1885 […].”
Um pouco do trajeto dos tropeiros pode ser observado nas linhas que aqui se seguiram, observar que o trajeto do Rio grande do Sul a São Paulo era de extrema importância e dificuldade de trânsito, mas essa foi a rota do tropeirismo do sul do Brasil, com o deslocamento de tropas de mulas e gado de abate provenientes do Rio Grande do Sul com destino aos mercados de São Paulo e Minas Gerais.
E novamente citando Péricles Gargel “Os caminhos abertos no início do século XVIII continuaram servindo como principais vias para o comércio e a integração entre o extremo sul e o restante do país. O ciclo do tropeirismo se estendeu até o início do século XX e compôs a região mais importante para o desenvolvimento do Brasil […].

A comida é uma das heranças deixadas pelo tropeirismo. Era feita pelos homens, na tropa não havia mulheres. Entre os utensílios de cozinha levavam um saco de mantimentos, um caldeirão de ferro com tampa, para o feijão; uma panela de ferro de três pés, um coador e sua armação; xícaras de folha de ferro batido ou canequinhas esmaltadas, colheres e cuia.
O fogão do tropeiro era a trempe, uma armação de três varas, que podiam ser de ferro ou de pau verde, colhido na hora. Com esse fogão improvisado, raramente com fogareiro de ferro, ou com duas forquilhas armadas, era preparada a simples comida do tropeiro: virado de feijão, arroz com carne seca e café.
Além da culinária, o ciclo do tropeirismo uniu os estados do sul e teve grande importância no desenvolvimento econômico, povoamento e formação de uma identidade histórica regional evidente e característica[...]”
Muitas outras heranças nos foram deixadas pelo tropeirismo, e bem por isso devemos sempre lembrar e estudar quais foram e quais as influencias que ainda exercem em nossas vidas cotidianas, ou em nossas paisagens tão urbanizadas mas que ainda preservam um pouco da história de nosso passado.
O tropeirismo sem dúvida foi a maior migração interna que o Brasil já sofreu e com ele muitas raízes foram fixadas na história do nosso país, raízes estas que tem um papel fundamental na formação de nossa cultura atual, o tropeirismo marcou história e vidas, transpondo para os dias de hoje a beleza de ser de um povo que nem imaginava a sua real importância, e que exerceriam tanta influencia até mesmo nos dias atuais.




Referência:
•Equipe Técnica IGTF: Edegar, Diego e Vera Lúcia.TROPEIRISMO
•http://www.cidadesdobrasil.com.br/cgi-cn/news.cgi?arecod
•http://culturaparanaense.blogspot.com/2009/08/rota-dos-tropeiros-rota-dos-•tropeiros.htmlhttp://www.aconcaguaexpeditions.com/portugues/recordescerroaconcagua/ascencoes.htm
•http://www.paginadogaucho.com.br/bibli/anita-01.htm
•http://curitiba.multiply.com/photos/album/4/Parque_dos_Tropeiros

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Nova Lei ambiental!


Visto que está para ser votado na Câmara dos Deputados um dos maiores crimes contra o nosso país e sua imensa biodiversidade: a destruição do Código Florestal, que resolvi criar um blog e escrever sobre esse assunto tão difundido nas redes sociais, como professora de Geografia e moradora na cidade de Piraquara, região metropolitana de Curitiba, onde se faz necessária a preservação ambiental pois, nesse município encontra-se o berço do rio Iguaçu, o maior rio do estado do Paraná que tem em sua foz um dos pontos turísticos mais visitados do mundo as “Cataratas do Iguaçu”. Em sua gênese encontramos rios frágeis e extremamente carentes de uma lei de preservação eficaz que atenda à realidade presente nesse município, manifesto aqui minha indignação em relação ao trabalho exercido pelos nosso representantes da lei e, eleitos por nós : os deputados federais.
A nossa lei que protege as margens de rios e as encostas da erosão e dos deslizamentos, que mantém parte de nossas florestas, cerrados e caatingas preservados, e que estimula o manejo sustentável de nossas riquezas naturais está na mira da bancada ruralista, os quais alegam que a lei atrapalha o agronegócio brasileiro, que visam aumentar sua produtividade aumentando a área em que se cultivará, pois é uma alternativa mais barata para se atingir maiores índices de produtividade, alegando que a população brasileira precisa se alimentar, mas todos sabemos que os mais interessados na aprovação dessas leis são justamente grandes exportadoras de soja entre outros alimentos, onde absurdamente os mesmos propõe alterações insensatas e que estão prestes a ser votadas , dentre outras coisas(segundo o site Observatório do clima), pretende: .
"1- Diminuir a reserva legal em todo o país: isenta os imóveis de até 4 módulos fiscais de recuperar a reserva legal, e para todos os demais diminui a base de cálculo, o que significa diminuir ainda mais uma área que já é considerada por todos como pequena para proteger a biodiversidade. Isso sem contar a possibilidade de fraude, com fazendas maiores se dividindo artificialmente para não ter que recuperar as áreas desmatadas.
2- Anistiar os desmatamentos ilegais realizados em APPs até 2008: não será mais necessário recuperar os desmatamentos ilegais realizados em encostas, beiras de rio e áreas úmidas, beneficiando quem desrespeitou a lei, mas prejudicando a sociedade, que terá que conviver para sempre com rios assoreados, deslizamentos de encostas, águas envenenadas, casas e plantações levadas por enchentes, dentre outros
3- Permitir a compensação da reserva legal em áreas remotas, sem nenhum critério ambiental, levando em consideração apenas o valor da terra, e não a importância ambiental ou a necessidade de recuperação ambiental da região onde ela deveria estar. Essa proposta terá repercussões na estrutura agrária em todo o país, expulsando agricultores familiares e camponeses, povos indígenas e quilombolas.
4- Diminuir a proteção aos rios e topos de morro: prevê que os rios menores, justamente os mais abundantes e frágeis, terão uma proteção menor, que pode chegar a ¼ da atual. Da mesma forma, retira toda e qualquer proteção aos topos de morro, áreas frágeis e sujeitas a deslizamentos e erosão em caso de uso inadequado. Somada à anistia, significará uma perda muito significativa de proteção a essas áreas
5- Possibilitar que municípios possam autorizar desmatamento , o que significa criar o total descontrole na gestão florestal no país, já que são muitos os casos de prefeitos que têm interesse pessoal no assunto, configurando um inadmissível conflito de interesses".
Para quem defende essa proposta o que interessa é manter monoculturas envenenadas com agrotóxicos, movidas a trabalho escravo e uma destruição ambiental constante. Não é isso que interessa ao país. Enquanto professora de Geografia que aqui me coloco defendo valores e práticas bem diferentes. Por isso defendo uma proposta diferente para o Código Florestal, que deve prever, dentre outros:
"a) Tratamento diferenciado para a agricultura familiar, que tem no equilíbrio ambiental um dos pilares da sua sobrevivência na terra, com apoio técnico público para recuperar suas áreas e gratuidade de registros;
b) Desmatamento Zero em todos os biomas brasileiros, com exceção dos casos de interesse social e utilidade pública, consolidando a atual tendência na Amazônia e bloqueando a destruição que avança a passos largos no Cerrado e na Caatinga;
c) Manutenção dos atuais índices de Reserva Legal e Áreas de Preservação Permanente, mas permitindo e apoiando o uso agroflorestal dessas áreas pelo agricultor familiar;
d) Obrigação da recuperação de todo o passivo ambiental presente nas Áreas de Preservação Permanente e Reserva Legal, não aceitando a anistia aos desmatadores, mas apoiando economicamente aqueles que adquiriram áreas com passivos para que recuperem essas áreas;
e) A criação de políticas públicas consistentes que garantam a recuperação produtiva das áreas protegidas pelo Código Florestal, com a garantia de assistência técnica qualificada, fomento e crédito para implantação de sistemas agroflorestais, garantia de preços para produtos florestais e pagamentos de serviços ambientais".
A sociedade brasileira como um todo exige do Congresso Nacional e da Presidente eleita que este relatório nefasto não seja aprovado, e que em seu lugar seja colocado um texto de interesse de todos os brasileiros, ou seja, que não diminua a proteção de áreas ambientalmente importantes, mas que crie condições para que elas sejam efetivamente protegidas.
Atuante em redes sociais percebo a indignação de milhares de cidadãos brasileiros e, certamente essas opiniões tem que ser levadas em conta, fomos nós que democraticamente elegemos nossos representantes e é nosso papel cobrar dos mesmos que representem nossas necessidades reais, e não seus próprios interesses políticos, percebe-se também que não tem se levado em conta nossa voz, e isso também, por que como eleitores muitas vezes não nos manifestamos contra os projetos, aprovados em sessões realizadas muitas vezes às pressas e, só murmuramos de como o país poderia estar melhor.
Como um ato público, a aprovação da nova lei ambiental repercutiu de maneira inesperada pelos nossos Deputados, os quais não contavam com a abnegação da maioria da população em relação aos absurdos presentes na carta do relator Aldo Rebelo. Isto mostra que contamos com milhares de brasileiros conscientes de seu papel, inseridos nesse país chamado Brasil, cidadãos que agem contra seus próprios governantes para um bem maior, por isso há que se olhar para o “povo” sobre nova ótica, pois ao contrário do que muito se acredita, que o povo é “ignorante”, temos muitas pessoas sérias e cognitivamente evoluídas pensando a respeito de todas essas inconvenientes indagações surgidas na Câmara dos Deputados, e diante de todos os fatos aqui citados junto-me a milhares de brasileiros e coloco-me intrinsecamente contra a nova lei ambiental.

Via Campesina

Associação Brasileira dos Estudantes de Engenharia Florestal – ABEEF

Conselho Indigenista Missionário – CIMI

Comissão Pastoral da Terra – CPT

Federação dos Estudantes de Engenharia Agronômica do Brasil – FEAB

Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB

Movimento das Mulheres Camponesas – MMC

Movimento dos Pequenos Agricultores – MPA

Movimento dos Pescadores e Pescadoras Artesanais – MPP

Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST

Pastoral da Juventude Rural – PJR

Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar – FETRAF

SINPAF

CNASI

ASSERA

Greenpeace

Instituto SocioAmbiental – ISA
Se você chegou a ler até o final muito obrigado por sua atenção!