sábado, 17 de novembro de 2012

Os Sete Saberes Necessários à Educação do Futuro


Pois é minha gente... um feriadão quase chagando ao fim e não poderia torná-lo improdutivo!!

Então mais uma resenha básica pra descontrair... ou não!! uhasuhauhsua

O Livro de hoje é do Edgar Morin, "Os sete saberes necessários à educação do futuro", um livro bem bacana que fala de algumas dificuldades e desafios que nós educadores enfrentamos em nosso dia-a dia de sala de aula, os sete saberes não estão discriminados, mas sim inseridos no contexto da resenha, se tiver sorte os encontrará!! hahaha

Se acomode na cadeira, prometo que será uma leitura rápida, e tranquila!!! Aproveitem!!!

Ao falarmos em conhecimento de uma maneira geral devemos sempre lembrar que ele é passivo de erro e ilusão. Os nossos sentidos cerebrais que estimulam, decifram e reconstroem o conhecimento. Para ajudar a aumentar a possibilidade do erro, trazemos conosco, sentimentos e emoções, sentimentos de raiva, amor, amizade, sentimentos que podem nos cegar.
A racionalidade é a melhor proteção contra o erro e a ilusão, e é nisso que a educação deve se dedicar, em diagnosticar a origem dos erros e ilusões ou cegueira, dialogando com o real, levando o raciocínio lógico ao empírico debatendo idéias.
Na educação do futuro devemos enxergar o princípio racional onde a verdade racional não deve ser vista como apenas teórica, crítica, mas também autocrítica.
O nosso conhecimento encontra seu principal obstáculo em nosso próprio meio intelectual de conhecimento, onde o mito e a ideologia podem vir a destruir os fatos.
Precisamos civilizar nossas teorias desenvolvendo uma geração crítica aberta, reflexiva e autocrítica, e apta a se auto-reformar.
São muitas as possibilidades de erros, mas é papel da educação armar cada pessoa para a permanência de sua lucidez.
Levar o conhecimento pertinente e torná-los evidentes é outro papel a ser desempenhado pela educação do futuro, pois é impossível se conhecer o todo sem estudar a fundo suas particularidades e vice-versa.
Este conhecimento então adquirido, e pertinente deve enfrentar a complexidade que é a união entre a unidade e a complexidade, e os desenvolvimentos próprios a nossa era planetária nos confrontam com os desafios de complexidade.
A aptidão natural da mente em formular e resolver problemas essenciais será possível com exercícios da curiosidade, que irá estimular ou caso esteja adormecida, de despertar. Assim para promover a inteligência geral dos indivíduos à educação do futuro deve ao mesmo tempo utilizar os conhecimentos existentes superar as antinomias e identificar a falsa racionalidade.
Enormes obstáculos somam-se para impedir o exercício do conhecimento pertinente no nosso sistema de ensino, os problemas globais e fundamentais estão ausentes das ciências disciplinares. São salvaguardas apenas na filosofia, mas deixam de ser nutridas pelas ciências.
A atrofia da disposição mental vem da incapacidade de organizar o saber disperso e compartimentado, natural de contextualizar e de globalizar.
Não se deve abandonar o conhecimento das partes pelo conhecimento da totalidade nem da análise pela síntese, porém é preciso uni-las.
Novamente para falarmos em educação do futuro deve-se ter o ensino voltado e centrado na educação humana, e situar o homem no universo em que ele vive. Deve-se contextualizar o conhecimento para que se torne pertinente para a educação do futuro.
É através da cultura e na cultura que o homem se realiza, mas não há cultura sem cérebro e cérebro sem cultura. Assim também não há sociedade humana, arcaica ou moderna sem cultura.
A educação do futuro será o exame e o estudo da complexidade humana, o que conduziria à tomada de conhecimento, e, por conseguinte de consciência da condição comum a todos os seres humanos, das culturas, da diversidade dos indivíduos sobre nosso enraizamento como cidadãos da Terra.
Compreender tanto a condição humana no mundo como a condição do mundo humano se tornou a condição da era planetária é outro ponto importante para a educação do futuro.
O mundo torna-se cada vez mais um todo cada indivíduo recebe ou consome informações e substâncias oriundas de todo o universo. Assim independente de onde vivemos cada ser humano traz em si o planeta inteiro. A mundialização é unificadora, mas é também conflituosa em sua essência. Cada vez mais o mundo está se tornando um, mas ao mesmo tempo ele tem se dividido cada veza mais.
Encontrando-se com seu passado que o homem encontra energia para enfrentar seu presente e se preparar para o futuro. Assim a educação do futuro deverá ensinar a ética da compreensão planetária.
A história humana foi e continua a ser uma aventura desconhecida, o futuro permanece aberto e imprevisível, certamente atingiremos o progresso, mas tudo ainda é incerto. O surgimento do novo não pode ser previsto se não seria novo.
Reorganizando o que foi desorganizado teremos o fruto do desvio bem sucedido da transformação do sistema onde nasceu. Assim não há evolução que não seja desorganizadora/reorganizadora em seu processo de transformação. Mas não existem apenas inovações e criações, existem também destruições onde trazem consigo novos desenvolvimentos assim os avanços da técnica da indústria.
Podemos ver com freqüência que o possível se torna impossível e podemos pressentir que as mais ricas possibilidades humanas permanecem ainda impossíveis de se realizar, assim devemos esperar pelo inesperado e trabalhar pelo improvável.
A compreensão não deve ser quantitativa, o armazenamento de informações por si só não é o objetivo crucial da educação do futuro, informações sem significação não são interessantes.
Aprender determinadas disciplinas é umas coisas, mas compreendê-la é outra, por isso educar para a compreensão humana é algo que deve ser abarcado pela educação do futuro. Compreender significa intelectualmente aprender em conjunto, e a compreensão humana vai além da explicação. A explicação é bastante para a compreensão intelectual ou objetiva das coisas anônimas a materiais. É insuficiente para a compreensão humana.
A arte de viver vem da ética da compreensão de modo desinteressado, compreender as raízes e as formas humanas, a ética da compreensão pede que se compreenda a incompreensão este modo de pensar que permite aprender um conjunto, o texto e o contexto, o ser e seu meio ambiente o local e o global, permitindo compreender igualmente as condições objetivas e subjetivas.
Se auto-analisar constantemente é necessário, pois compreender nossas falhar pode nos levar a compreender as falhas dos outros, se conseguirmos compreender que somos todos passíveis de erros e frágeis entenderemos que todos necessitam de mutua compreensão.
A única e verdadeira mundialização que estaria a serviço do gênero humano é a compreensão da solidariedade intelectual e moral da humanidade, onde as culturas devem aprender umas com as outras, onde aprender e reaprender incessantemente, o mundo necessita de compreensão, em todos os níveis educativos e em todas as idades.
Precisamos entender o homem como sendo composto de três termos indivíduo/sociedade/espécie, onde elas não são apenas inseparáveis, mas co-produtoras uma das outras, assim a ética humana deve ser considerada como a ética da cadeia de três termos, indivíduos, sociedade, espécie, esta é a base para ensinar a ética do futuro.
E é através da democracia que se favorece a relação rica e complexa indivíduo/sociedade, em que o individuo e as sociedades podem ajudar-se, desenvolver-se, regular-se e controlar-se mutuamente.
E para pensarmos na humanidade e na comunidade, supomos o desenvolvimento da relação indivíduo/sociedade em um sentido democrático, indivíduo espécie no sentido da realização da humanidade e sua permanência integrada entre indivíduo/sociedade/espécie.
Não possuímos as chaves para abrir as portas de um futuro melhor, não conhecemos o caminho traçado, mas devemos buscar a harmonização na humanização pelo acesso a cidadania terrena. Só desta maneira teremos uma educação mais comprometida e que valoriza o aluno em sua totalidade.

Edgar Morin. Os sete saberes necessário à educação do futuro. UNESCO/Cortez editora 2000, edição brasileira.



Se você chegou até aqui muito obrigado!!!

Até a Próxima!!!